ENDOMETRIOSE
DICAS PARA UMA SAÚDE GINECOLÓGICA
1. Mantenha um estilo de vida saudável. Prefira alimentos frescos como frutas e verduras, evite enlatados ou embutidos, evite álcool e fumo, pratique exercícios físicos regulares. Diminua o estresse e durma bem. Isso vai melhorar sua imunidade e diminuir o risco de infecções vaginais.
2. Evite o uso de produtos cosméticos, como perfumes ou óleos íntimos, na mucosa vaginal. Estes produtos podem modificar o PH vaginal, que normalmente está em torno de 3,5 ou 4,5 levando a irritações, alergias e até ao aparecimento de infecções. O uso frequente de duchas íntimas pode provocar o mesmo desequilíbrio, devendo ser igualmente evitado.
3. Se estiver menstruada, não demore mais que três horas para trocar seu absorvente, mesmo que ele não esteja cheio e independentemente do tipo de absorvente usado (interno ou externo, para fluxo pequeno ou intenso, com ou sem abas etc.). Se preferir o coletor menstrual, esvazie-o e lave-o com regularidade.
4. Evite o uso rotineiro dos chamados “protetores diários”, aqueles desenvolvidos para uso fora do período menstrual. Reserve-os para quando estiver em tratamento com cremes ou óvulos vaginais, e sempre os substitua a cada quatro horas no máximo. Se você está incomodada com umidade excessiva ou com o odor na região, marque uma consulta com o seu ginecologista para investigar se há algo a ser tratado.
5. Sexo seguro sempre. Use preservativo. Caso pratique sexo oral, vaginal ou anal, troque o preservativo antes de mudar a via sexual para evitar infecções.
6. Cuidado com o tecido da calcinha. Prefira tecidos menos sintéticos, como, por exemplo, as calcinhas de algodão (toda de algodão e não só o forro). Os tecidos sintéticos tendem a dificultar a transpiração, provocando a alteração do pH vaginal.
7. Lave as calcinhas com água e sabão e as seque ao ar livre. Não as deixe penduradas no box do banheiro. Isso pode aumentar o crescimento de fungos no tecido da calcinha e levar a infecções.
8. Mantenha a higiene da região íntima. Não há problema em lavá-la por fora no banho. Prefira sabonetes neutros. Recomenda-se lavar, enxaguar e secar completamente. Não há nenhum problema em tomar dois ou três banhos ao dia, desde que não sinta nenhum desconforto.
9. Ao fazer higiene após evacuação, prefira lavar com água e sabonete. Se utilizar papel higiênico, use-o sempre da frente para trás e nunca de trás para frente. Os lencinhos umedecidos não substituem o banho, mas podem ser úteis desde que não tenha nenhum desconforto durante o uso.
10. Se for à praia ou à piscina, não fique com o maiô molhado. Troque-o por um seco.
11. Caso você sinta algum desconforto na vagina ou vulva, como, por exemplo, secreção vaginal com cheiro forte ou coceira, algum corte, verrugas, úlceras ou feridas, não se automedique. A automedicação sem avaliação médica adequada pode “selecionar” o agente infeccioso, torná-lo resistente e dificultar a sua eliminação, levando mais tempo para melhorar da infecção.
12. Alterações vaginais podem ser identificadas pelo médico mesmo que pouco ou assintomáticas, como por exemplo, verrugas ou manchas causadas pelo HPV, cistos ou úlceras. Mantenha seus exames ginecológicos em dia.
CUIDANDO DA SAÚDE FEMININA
A ginecologia é uma especialidade médica responsável pela saúde das mamas e órgãos ginecológicos, devendo ser consultado já na adolescência, logo após a primeira menstruação, até a menopausa. Portanto, avaliamos órgãos como útero, ovários, trompas, vagina e mamas.
Cuidamos da prevenção de doenças, realizamos exames diagnósticos, indicamos tratamentos voltados para a saúde reprodutiva e menopausa.
Sabe qual a diferença entre o ginecologista e o obstetra?
O ginecologista se concentra mais na saúde do sistema reprodutor feminino e em diversas condições ginecológicas quando a mulher não está grávida.
O obstetra dá assistência a mulher durante a gravidez, acompanha o desenvolvimento do feto através das consultas pré- natais, orienta quando a gestante deverá dirigir-se ao hospital mais próximo da sua casa em determinadas situações ( tais como: sangramento vaginal, perda de liquido ou dor tipo contrações e além daquelas pertinentes ao puerpério ( período compreendido desde do pós parto imediato até 45 dias após parto, seja normal e/ ou cesárea.
Principais doenças tratadas pela Dra. Ana Maria
• Infecções ginecológicas (tais como candidíase, vaginose bacteriana, herpes genital, HPV);
• Miomas;
• Endometriose;
• Adenomiose;
• Menstruação irregular;
• Cólicas menstruais;
• TPM;
• Alterações hormonais;
• Infertilidade conjugal;
• Síndrome de ovários policísticos (SOP);
• Síndrome genito urinária da mulher na menopausa;
• Insuficiência ovariana prematura ou menopausa precoce;
• Implantes hormonais;
• Contracepção hormonal ;
• Inserção de DIU de prata /Cobre ou hormonal ( kylena /Mirena );
Protocolos para saúde sexual feminina;
Suplementação pre-concepção, gestação e lactação.
MÉTODOS CONTRACEPTIVOS
Nos dias atuais, há uma série de métodos contraceptivos disponíveis para as mulheres se protegerem e evitarem uma gravidez não planejada.
Independente de qual método você opte, é essencial que você consulte o seu médico e não comece a fazer uso por conta própria. Cada organismo reage de uma maneira e nem sempre o método da sua amiga vai ser o melhor método para você. A partir do histórico clínico e do exame físico geral e ginecológico da paciente podemos orientar o método contraceptivo, incluindo os métodos hormonais.
Os hormônios dos anticoncepcionais atuam principalmente inibindo a ovulação, o que é a base para impedir a gravidez. Os efeitos colaterais que podem ocorrer incluem inchaço, diminuição da libido, sangramento genital irregular e dor de cabeça, entre outros.
Um dos métodos mais conhecidos é a pílula, mas há algumas doenças que tornam o seu uso restrito. Doenças graves do fígado, câncer de mama, endométrio e doenças tromboembólicas agudas (infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral) assim como suspeita de gravidez ou atraso menstrual sem diagnóstico definitivo, são contraindicações absolutas para o uso da pílula anticoncepcional. Todos os métodos hormonais são incluídos nessas restrições, independente da via de administração (oral, injetável, transdérmico, anel vaginal). Os métodos contraceptivos não hormonais são liberados, como por exemplo, DIU de cobre e preservativos.
Uma das doenças relacionadas ao uso de métodos contraceptivos hormonais é a trombose.
Lembre-se. Os métodos contraceptivos não hormonais, como o DIU de cobre/prata e os preservativos não têm relação com trombose.
Mas afinal, qual a relação entre métodos contraceptivos e a trombose?
O uso de métodos anticoncepcionais combinados, compostos de estrogênio e progestagênio, realmente podem aumentar o risco de trombose venosa, mas esse é um evento bastante raro. Abaixo dos 30 anos, a trombose venosa ocorre em 1 a 2 em cada 10.000 mulheres não usuárias de métodos hormonais combinados e em cada 2 a 4 mulheres usuárias desses métodos. Assim, é possível verificar que o uso desses métodos pode aumentar o risco, mas mesmos assim, o evento continua sendo bastante incomum de ocorrer.
Outra modernidade dos tempos atuais e que inclusive muitas mulheres já são adeptas é a suspensão da menstruação.
Todos os métodos hormonais podem ser utilizados para suspender a menstruação. Os métodos combinados (estrogênios e progestagênios) devem ser utilizados sem intervalo para terem esse efeito. Já os métodos somente com progestagênios já têm esse tipo de uso, sem intervalo, o que, em geral, provoca a suspensão do fluxo menstrual. Ambos os modelos são seguros, não havendo nenhum risco em não menstruar.
Atenção! Não há qualquer problema em não menstruar. Mulheres que têm muita cólica menstrual, muito fluxo menstrual ou tensão pré-menstrual intensa podem se beneficiar bastante dessa opção.
Não há qualquer estudo científico que demonstre prejuízo em não menstruar a curto ou longo prazo e também não há relação entre não menstruar e o risco de trombose.
Qualquer mulher pode suspender a menstruação?
A restrição para uso dos métodos contraceptivos hormonais é a mesma, utilizando ou não a opção de suspender a menstruação.
Quem tem mioma ou endometriose pode se beneficiar com a suspensão?
Mulheres com endometriose, em geral, têm muita cólica menstrual e aquelas com mioma podem apresentar muito fluxo durante o período menstrual, levando até a quadros de anemia. Dessa forma, não menstruar é um benefício para aliviar a dor e para resolver a perda sanguínea dessas pacientes.
Há restrição de idade?
A idade não é uma restrição para uso de métodos contraceptivos hormonais. Apenas há preferência de prescrição de métodos com doses menores de estrogênios ou compostos exclusivos de progestagênios para mulheres acima dos 40 anos. Sempre levando em conta a individualidade de cada pessoa, respeitando o metabolismo de cada um , assim como, fatores genéticos e epigenéticos.
Ablação do endométrio: Você conhece esse método?
Ablação do endométrio é a retirada e cauterização do tecido endometrial, procedimento realizado por histeroscopia, onde coloca-se uma ótica fina acoplada a uma câmera de vídeo dentro do útero. Pode ser realizado em mulheres jovens, desde que não haja mais desejo de gravidez.
Abaixo, separamos uma lista com todos os métodos contraceptivos, com suas vantagens e desvantagens. Mas lembre-se. Cada organismo reage de uma forma e com auxílio do seu médico que você vai encontrar a melhor opção para atender as suas necessidades.
Fica a dica! Independente do seu método, o uso do preservativo é indispensável.
Métodos contraceptivos femininos
DISPOSITIVO INTRAUTERINO (DIU)
1 – Como funciona?
São pequenas peças de plástico no formato da letra “T” ou do número “7”, com cerca de 2,5 a 3cm introduzidas no interior do útero. Podem ser utilizas com hormônio ou ter partes metálicas (cobre ou combinação de cobre e prata)
Esse metal atua matando os espermatozoides e impedindo a fertilização. Já o DIU com hormônio libera pequenas quantidades de progesterona no interior do útero provocando alterações do endométrio (camada que reveste o útero) e do muco do colo uterino, dificultando a entrada dos espermatozoides e a sua sobrevivência.
2 – Qual a sua eficácia?
Se usado corretamente o risco de gravidez é de 0,3% para o DIU de cobre e de 0,1% para o DIU hormonal.
3 – Como se utiliza?
Ambos necessitam ser colocados pelo ginecologista e podem permanecer por alguns anos.
4 – Qual é a sua vantagem?
Ambos os DIU´s permanecem dentro do útero e garantem excelente eficácia contraceptiva. O DIU de hormônio tem como efeito colateral reduzir a menstruação, e pode ser útil para mulheres que possuem cólicas ou fluxo menstrual intenso.
5 – Desvantagem?
O DIU de cobre pode aumentar o fluxo menstrual, além de provocar cólicas. Estes efeitos não são observados para o DIU de hormônio.
Porém, este pode provocar dor mamária, oleosidade da pele e cistos ovarianos. Ambos não previnem infeções sexualmente transmissíveis (IST´s).
IMPLANON: ENTENDA COMO FUNCIONA O CHIP ANTICONCEPCIONAL
O chip anticoncepcional engorda ou tem algum efeito colateral?
MENOPAUSA
A menopausa é o nome dado à última menstruação, que geralmente acontece entre 45 e 55 anos, marcando o fim da fase reprodutiva da vida da mulher. Isso significa que ela esgotou seu estoque de óvulos, que foram liberados desde a puberdade, mês a mês, ao longo de 30, 35 anos. O período que se segue após a cessação da menstruação é chamado de climatério.
A palavra climatério significa “fase crítica” e dá nome a um período realmente conturbado da vida feminina, que começa por volta dos 40 anos e se estende até a pós-menopausa. Sua principal característica são as transformações físicas e emocionais decorrentes do desequilíbrio na produção dos hormônios femininos pelos ovários.
Os sintomas que marcam a entrada no climatério são semelhantes aos de uma TPM, só que acentuada e prolongada. Na TPM, a sensação de inchaço no corpo e mamas, as dores fortes de cabeça ou enxaquecas, as alterações de humor (nervosismo, irritação, tristeza profunda e mesmo depressão) podem manifestar-se ao longo de até quinze dias antes da menstruação. São comuns, ainda, a irregularidade nos ciclos e variação do fluxo menstrual, além de: Fogachos (ondas de calor), insônia, palpitações, diminuição da libido e da capacidade de concentração, secura vaginal que causa dor ou desconforto nas relações sexuais e mal-estar geral. Atenção: até 80% das mulheres vão sofrer com os fogachos.
Causas da menopausa:
Todos os óvulos que a mulher produzirá ao longo da vida têm sua origem em células germinativas (ou folículos) dos ovários já presentes no momento em que nasce uma menina. Essa reserva é usada desde a primeira menstruação (menarca) até a última (menopausa). Mulher nenhuma é capaz de formar novos folículos para repor os que se foram. Quando morrem os últimos deles, os ovários entram em falência e as concentrações dos hormônios femininos, estrogênio e progesterona, caem irreversivelmente.
Entre outras causas possíveis da menopausa, estão as cirurgias ginecológicas que incluem a retirada dos ovários.
Sintomas:
Para algumas mulheres a fase da menopausa e do climatério não apresenta sintomas, porém, a maioria delas começa a ter sintomas já no início do climatério e, com a diminuição progressiva dos hormônios femininos, os sintomas vão aumentando. Os mais comuns são:
– Ondas de calor ou fogachos: episódios súbitos de sensação de calor na face, pescoço e parte superior do tronco, geralmente acompanhados de rubor facial, suores, palpitações no coração, vertigens, cansaço muscular. Quando mais intensos, podem atrapalhar as tarefas do dia a dia;
– Irregularidades na duração dos ciclos menstruais e na quantidade do fluxo sanguíneo;
– Manifestações como dificuldade para esvaziar a bexiga, dor e pressa para urinar, perda de urina, infecções urinárias e ginecológicas, ressecamento vaginal, dor à penetração e diminuição da libido;
– Sintomas psíquicos: a redução dos níveis de hormônios femininos interfere com a liberação de neurotransmissores essenciais para o funcionamento harmonioso do sistema nervoso central, fazendo com que aumentem as queixas de irritabilidade, instabilidade emocional, choro descontrolado, depressão, distúrbios de ansiedade, melancolia, perda da memória e insônia;
– Alterações na pele, que perde o vigor, nos cabelos e nas unhas, que ficam mais finos e quebradiços;
– Alterações na distribuição da gordura corporal, fazendo com que se concentre mais na região abdominal;
– Perda de massa óssea característica da osteoporose e da osteopenia;
– Risco aumentado de doenças cardiovasculares: a doença coronariana é a principal causa de morte depois da menopausa.
Tratamento:
A terapia de reposição hormonal tem a vantagem de aliviar os sintomas físicos (fogachos), psíquicos (depressão, irritabilidade) e os relacionados com os órgãos genitais (secura vaginal, incontinência urinária) no climatério. Além disso, funciona como proteção contra doenças cardiovasculares, metabólicas, osteoporose e assegura melhor qualidade de vida para a mulher. No entanto, existem contraindicações que devem ser avaliadas com cuidado pelo médico e pela mulher, não sendo indicada a automedicação, pois pode aumentar o risco de doenças cardiovasculares, trombose, câncer de mama e de endométrio, distúrbios hepáticos e sangramento vaginal de origem desconhecida.
Alimentação saudável, atividade física regular, não fumar e evitar o consumo de álcool e cuidados com a saúde bucal são algumas medidas simples, que incorporadas aos hábitos diários de vida, podem ser úteis para minimizar os sintomas negativos do climatério.
Outras recomendações:
– Mesmo após a menopausa a mulher deve manter o acompanhamento ginecológico regularmente;
– Evitar ganhar peso;
–Prática diária de atividade física. Além de ser importante para o bem-estar físico, é fundamental para o controlar a pressão arterial, prevenir a osteoporose, doenças cardiovasculares e atenuar as alterações do humor.
A maior consequência da menopausa é a perda da capacidade de produzir um hormônio feminino muito importante: o estrogênio. Esse fato é responsável pelos sintomas desagradáveis deste período e, a longo prazo, pode também comprometer a saúde cardiovascular, metabólica e óssea.
Alertas
Algumas mulheres chegam à menopausa precocemente, antes dos 40 anos. E isso acontece por inúmeras causas, sendo as mais comuns a herança genética, a exposição ambiental a agressores (por exemplo, radiação, quimioterapia), entre outras. Há necessidade de acompanhamento ginecológico e, na maioria das vezes, quando não há contraindicação absoluta, indica-se a reposição hormonal.
Mas e se a mulher passou dos 55 e ainda não chegou à menopausa? O que fazer, Dra Ana Maria? Estes casos são mais comuns em famílias nas quais há casos parecidos de menopausa tardia. Essas mulheres podem ter risco aumentado para algumas doenças estrogênio-dependentes, como lesões mamárias, ovarianas e uterinas.
Durante a menopausa aumenta o risco de doenças cardiovasculares, como hipertensão arterial, diabetes e dislipidemias (aumento de lípides sanguíneos), além da ocorrência de osteoporose e de alguns tipos de câncer, tais como câncer de mamas, ovários e endométrio.
Em relação a gravidez, as mulheres devem estar informadas de que após a instalação definitiva do climatério, ou seja, 12 meses após a menopausa, não há mais chances de gestação natural com óvulos da própria mulher. No entanto, caso receba óvulos doados, ela poderá gestar. Para isso, é importante estar com boa saúde.
Convivendo com o Climatério
Mas não é fácil lidar com essas mudanças, por isso é fundamental contar com o apoio dos familiares. Eles devem entender que este é um período de transição e de profundas oscilações hormonais, logo, requer cuidados especiais e paciência
Para tirar de letra essa fase aconselho a manter um estilo de vida saudável, que poderá ser obtido mais facilmente por meio de assistência multiprofissional: médica, nutricional e psicológica.
Lembrando que as mulheres precisam sempre buscar informações sobre as mudanças que ocorrem em seu corpo. Não há nada mais importante do que entender o que está acontecendo consigo mesma, principalmente em momentos de mudanças profundas, como ocorre neste período. Isso auxilia na melhor aceitação dos processos, na adesão aos tratamentos propostos e, a longo prazo, na manutenção da qualidade de vida.
SOP / ENDOMETRIOSE
SOP
É a doença endócrina mais comum entre as mulheres em idade
reprodutiva.
• Afeta até 10-15% das mulheres em países ocidentais.
• Representa uma das principais causas de infertilidade.
• Síndrome heterogênea, multifatorial, envolvendo fatores genéticos, metabólicos pré e pós natais, distúrbios endócrinos hereditários como resistência à insulina e o diabetes mellitus tipo II e fatores ambientais ( dieta e atividade física).
• Inicialmente descrita por Stein- Leventhal em 1935 referindo-se associação entre amenorréia (ausência de menstruação) e forma policística dos ovários.
Como se dar o diagnóstico?
Atualmente baseamos nos critérios de Rotterdam conforme descrito abaixo:
Têm que estar presentes pelo menos dois entre três achados:
A. Hiperandrogenismo refletido por hirsutismo, acne, queda de cabelo
e/ou exames laboratoriais;
B. Ciclos menstruais com intervalos irregulares ou longos (atrasos
menstruais) ou amenorreia, podendo haver anovulia( paciente não ovula)
C. Ovários com característica micropolicística ao ultrassom.
Portanto para o diagnóstico da SOP poderá ser:
A+B+C, A+B, A+C ou B+C
DIAGNÓSTICO DE SOP
Critérios de Rotterdam de 2004, revisados em 2012 e atualizados em 2018.
Sabe o que é FENÓTIPO?
São as características individuais de cada indivíduo. Como falamos anteriormente que esta é uma síndrome heterogênea, portanto teremos diferentes fenótipos descritos a seguir:
A. Hiperandrogenismo, ovários policísticos e desordem ovulatória crônica;
B. Hiperandrogenismo e desordem ovulatória crônica;
C. Hiperandrogenismo e ovários policísticos;
D. Desordem ovulatória crônica e ovários policísticos.
A SOP clássica (fenótipos A e B)
• Disfunção menstrual mais pronunciada
• Aumento dos níveis de insulina
• Maiores taxas de insulina resistência e risco de síndrome metabólica
• Índice de massa corporal e prevalência de obesidade
• Formas mais graves de dislipidemia aterogênica
• Risco aumentado de esteatose hepática
• Mais alto níveis de hormônio antimuleriano
SOP ovulatória (FENÓTIPOS C)
Níveis intermediários de:
• andrógenos séricos
• insulina
• lipídios
• escores de hirsutismo
• prevalência de síndrome metabólica
Observação feita em uma coorte italiana:
maior prevalência em status socioeconômico mais elevado.
SOP “NÃO HIPERANDROGÊNICA” (FENÓTIPO D)
ESTÁ MAIS ASSOCIADO COM:
Grau mais leve de disfunção endócrino e metabólico
e menor prevalência de síndrome metabólica.
• Taxas de LH para FSH mais baixas, menores taxas de
T total e livre e níveis mais elevados de SHBG.
• A alternância de ciclos regulares com ciclos irregulares foi maior.
• Sem diferença significativa na resistência à insulina,
no IMC e na dislipidemia.
Ouço muito as pacientes dizer no consultório: Dra Ana, meu ciclo é muito irregular .. e aí vocês sabem o que é IRREGULARIDADE MESNTRUAL?
• Primeiro é preciso lembrar que irregularidade menstrual no primeiro ano após a menarca (primeira menstruação da mulher) faz parte da transição puberal . Vamos dizer que é quando a menina criança vira mulher.
• Entre 1 a 3 anos após a menarca: são irregulares ciclos com espaço menor que 21 ou maior que 45 dias;
• Após 3 anos da menarca à perimenopausa:
são irregulares ciclos com < 21 ou > 35 dias ou < de 8 ciclos por ano.
• Após 1 ano de menarca: é irregular intervalo > de 90 dias para qualquer ciclo.
• É amenorreia primária se não menstruou aos 15 anos ou após 3 anos da telarca (desenvolvimento da mama).
• Ciclos menstruais irregulares em adolescente deve-se ter cuidado: com o diagnóstico de SOP devido às irregularidades menstruais nessa fase da vida e
os impactos psicossociais e culturais.
COMPLICOU?? É muito importante não estigmatizar e dizer que todos ovários policísticos na ultrassom SIGNIFICA SOP !! ENTENDEU? Sempre que ocorrer alguma destas alterações acima vocês tem que procurar seu médico, ginecologista pois somente ele estará capacitado a dizer qual problema você tem.
Como se dar o diagnóstico de SOP em adolescentes ? Quais as queixas mais frequentes ?
HIRSUTISMO (é considerado o melhor marcador clínico de hiperandrogenismo,uma vez que a acne é uma manifestação típica e transitória dessa faixa etária e a alopecia é muito incomum);
• Irregularidades menstruais (40% a 50% têm ciclos anovulatórios);
• Obesidade (50% a 80% das meninas com SOP são obesas);
• Acantose nigricans (30% a 35% têm resistência insulínica);
• Acne persistente;
• Alopecia;
• Seborreia ou hiper-hidrose (sudorese excessiva ou prolongada).
SOP EM ADOLESCENTE
Q U E I X A S F R E Q U E N T E S
MAS:
50% das adolescentes apresentam oligomenorreia 70% apresentam acne.
Vamos falar um da fisopatologia da SOP:
É uma síndrome HETEROGÊNEA o que reflete a participação de múltiplos mecanismos fisiopatológicos.
• O quanto cada fator contribui para gerar a SOP ainda permanece desconhecido.
• Ocorrem várias anormalidades bioquímicas, mas o mais aceito é que o defeito primário é a RESISTÊNCIA INSULÍNICA nos tecidos muscular e adiposo, com hiperinsulinemia compensatória;
• Os ovários podem permanecer sensíveis à insulina para PRODUÇÃO ANDROGÊNICA AUMENTADA.
O que é resistência insulínica??
É uma condição que acontece quando as células dos músculos, gordura e fígado não respondem adequadamente à insulina , apresentando dificuldades de absorção da glicose no sangue, podendo levar a pré diabetes e diabetes tipo 2
• 35% das mulheres com SOP têm alteração na tolerância à glicose e 7 a 10% correspondem aos critérios para DM2;
• 30-40% de mulheres magras com SOP têm hiperinsulinemia;
• RI Ocorre em 50-75% das mulheres com SOP;
• Em 80% das mulheres, com obesidade na parte superior do corpo (aumento da circunferência e relação cintura-quadril) há RI;
• %S está diminuída em 35-40% das mulheres com SOP, semelhante à DM2;
• RI é mais frequente nas obesas;
• Mas a RI deve ser tratada independente do IMC ou do peso da paciente RESISTÊNCIA INSULÍNICA.
Como se dar o tratamento ??
FUNDAMENTAL: CONSCIENTIZAÇÃO DE QUE O TRATAMENTO INICIA COM MUDANÇAS NO ESTILO DE VIDA!!
• A prática regular de atividade física associada a uma alimentação saudável promoverá perda de peso!! O ideal é que esta seja de mais ou menos de 5 a 10 % do peso corporal;
• Diminui os níveis de testosterona, aumenta SHBG (proteína carreadora dos hormônios sexuais) e normaliza os ciclos menstruais;
• Suporte psicossocial;
• Progesterona /progestotagênios isolados regulariza o ciclo mas não causa melhora no hiperandrogenismo;
• Fármacos antiandrogênicos como espironolactona, acetato de ciproterona podem ser utilizados;
• Medidas cosméticas;
• Suporte psicossocial;
• O tratamento será sempre individualizado para cada paciente!! Porque cada pessoa tem necessidades especiais, pertinentes ao seu metabolismo!! O que foi bom para sua vizinha irmã, prima ou tia poderá não ser bom para você!
ENDOMETRIOSE
Uma das doenças ginecológicas benignas mais comum em mulheres na idade reprodutiva e perimenopausa.
• Acomete 10–15% das mulheres em idade reprodutiva;
• Debilitante com efeitos prejudiciais no funcionamento social, ocupacional e psicológico;
• Infertilidade: prevalência de até 30%;
• Dor pélvica crônica (DPC): prevalência de até 45%;
• A etiologia e etiopatogenia ainda não são claras;
• O mecanismo mais aceito: menstruação retrógrada (Sampson);
• Outros mecanismos: metaplasia celômica, anormalidades do sistema imunológico, causas genéticas, fatores ambientais (dioxina e bifenil policlorado) e de estilo de vida.
Endometriose é uma modificação no funcionamento normal do organismo em que as células do tecido que reveste o útero (endométrio), em vez de serem expulsas durante a menstruação, se movimentam no sentido oposto e caem nos ovários ou na cavidade abdominal, onde voltam a multiplicar-se e a sangrar.
Sintomas:
• Dor pélvica crônica ( no período menstrual, cíclica, chamada de dismenorreia) ou fora dele ( acíclica) ;
• Dispaureunia ( dor durante ato sexual);
• Disquezia ( dificuldade de evacuar, em alguns casos acompanhado de sangramento);
• Disúria;( dor ao urinar);
• Dificuldade de engravidar;
Por isso muito de nós, médicos ,ginecologistas apelidamos a endometriose como a doenças dos 5 Ds!
Diagnóstico:
Inicialmente temos que ouvir a paciente!! O sintoma onipresente é a dor como foi dito anteriormente. Sempre temos que saber :dor pélvica por mais de 6 meses NÃO É NORMAL!!
ENTÃO como fazer o diagnóstico, Dra??
Primeiro a história clínica, assim como o exame da pelve ( em mãos experientes) continua uma ferramenta clínica importante no diagnóstico da endometriose.
Alguns achados tipo:
• Fundo de saco de Douglas , anexos e mobilização uterina dolorosa ao toque bimanual ;
• Retroversão uterina fixa;( útero voltado para trás em contato com intestino nos faz pensar em endometriose profunda!!)
• Ligamentos útero sacros dolorosos à palpação ;
• Ao realizar o exame ginecológico olhe para o rosto da sua paciente ela dirá qual o local a dor é mais intensa, ajudando a determinar clinicamente a extensão da doença.
E existe algum exame laboratorial que dê o diagnóstico?( biomarcadores clínicos e genéticos)
Nenhum foi validado para endometriose.
Ainda não temos um marcador confiável para a doença.
• O Ca 125 não é diagnostico. Geralmente diminui após a cirurgia e aumenta quando a doença reaparece ou progride, mas é incapaz de descartar a endometriose.
• Sinais, sintomas e marcadores não se correlacionam bem com a extensão da doença.
Qual exame de imagem devo fazer??
• Mapeamento de endometriose - “permite um diagnóstico mais preciso da endometriose no retossigmoide do que a RM”
Atualmente solicitamos muito o mapeamento para endometriose. Exame no qual a paciente faz um preparo intestinal para realiza-lo. POR SER UM EXAME DINÂMICO, ALGUNS COLEGAS PREFEREM POIS PODEMOS AVALIAR PARÂMETROS QUE NÃO É POSSIVEL NA RNM
Nos casos de paciente sem atividade sexual solicitamos a ressonância pélvica com preparo intestinal.
“Padrão ouro” para o diagnóstico de endometriose.
• Ele atesta a presença da doença e sua extensão.
• Por meio de biópsias de tecidos e sua análise patológica, pode-se determinar a agressividade das lesões.
• Pode também ser a oportunidade de realizar o tratamento inicial da endometriose.
VIDEOLAPAROSCOPIA
“Padrão ouro” para o diagnóstico de endometriose.
• Ele atesta a presença da doença e sua extensão.
• Por meio de biópsias de tecidos e sua análise patológica, pode-se determinar a agressividade das lesões.
• Pode também ser a oportunidade de realizar o tratamento inicial da endometriose.
E que pretendemos a tratar uma paciente com endometriose??Vamos chamar de alvos terapêuticos, quais seriam??
• Suprimir a menstruação
• Bloquear a atividade da aromatase
• Bloquear o receptor E2 ( estradiol)
• Bloquear a inflamação (NF-KB e COX-2)
• Inibir o crescimento vascular (Bloquear o VEGF)
• Inibir o estresse oxidativo
• Inibir a produção de inflamação (disbiose)
• Destoxificação e xenobioticos( diminuir ou retirar, aos poucos, substâncias que mimetizam estrogênios e favorecem aumento deste que na endometriose já encontra-se elevado!!)
TRATAMENTO MULTIDISCIPLINAR
• REVER ESTILO DE VIDA (importantíssimo!!orientar a paciente ingerir frutas,verduras orgânicos e carnes brancas , preferência a peixe e frango de boa procedência e diminuir consumo de carne vermelha para uma vez por semana!!);
• ESTRESSE( reduzir através da prática de yoga, meditação e mindfulness);
• ATIVIDADE FÍSICA ( orientada por profissional habilitado na área de educação física);
• ALIMENTAÇÃO ANTI-INFLAMATÓRIA
Qual é o melhor tratamento de endometriose?
Terapia hormonal
Essa é uma das opções mais populares entre os tratamentos para endometriose, uma vez que a doença é responsiva aos hormônios. Esse método ajuda a reduzir o crescimento do tecido endometrial e alivia os sintomas associados, como dor pélvica e cólicas menstruais.
Atualmente fazemos uso também de plantas medicinais que melhoram o processo inflamatório, bloquendo a proliferação do tecido endometrial ectópico, assim como, a sua diferenciação ,apoptose ( forma de morte celular controlada pelo sistema imunológico) entre outras diversas ações ,reduzindo a inflamação e a dor pélvica!!
E o tratamento cirúrgico ??
A cirurgia na endometriose é indicada para aquelas pacientes com sintomas mais graves e que podem interferir diretamente na sua qualidade de vida. Aquelas que não responderam ao tratamento medicamentoso (hormonal ou não hormonal) ou quando são verificadas outras alterações no endométrio, ou no sistema reprodutivo.
CONSIDERAÇÕES EM RELAÇÃO À CIRURGIA
A reserva ovariana deve ser considerada antes da cirurgia – cirurgia para endometriomas afetam a reserva ovariana.
• Pacientes jovens devem ser aconselhadas sobre a criopreservação de oócitos( congelar os óvulos é importante para preservar a reserva ovariana)antes das cirurgias.
• A dor deve ser considerada no momento de decidir se deve proceder à cirurgia.
• A remoção laparoscópica da endometriose é eficaz para melhorar a fertilidade em casos mínimos e leves.
• Não há evidências de alto grau para avaliar se a cirurgia melhora a fertilidade em doenças moderadas e graves.
• O aspecto funcional das trompas e ovários ao final da cirurgia está relacionado às chances de concepção natural posterior.
• A inseminação intrauterina combinada com estimulação ovariana é uma opção eficaz, desde que as trompas estejam pérvias.
• A fertilização in vitro é a primeira linha de preferência em casos mais graves, idade feminina avançada ou qualidade reduzida do esperma.
• A endometriose pode ter um impacto negativo nas taxas de sucesso da FIV.

